Acessar a internet não é algo ruim, no entanto, o uso em excesso pode causar transtornos de humor, ansiedade, bipolaridade, diz psicólogo.

A internet está cada vez mais presente na vida das pessoas, estando sempre incluída nas rotinas. Acessar as redes se tornou algo tão natural que é considerado até uma ação necessária no dia a dia. No entanto, não sabemos o impacto e a influência que este acesso frequente tem na nossa saúde mental.
O psicólogo Wagner Costa, especialista em psicologia explica que usar o telefone e acessar a internet não é algo ruim, no entanto, o uso em excesso pode causar transtornos de humor, ansiedade, bipolaridade, etc.
“As informações que acessamos no nosso telefone podem gerar distúrbio, mas isso depende da frequência, da quantidade e do conteúdo consumido. Um exemplo disso, são as pessoas que já acordam mexendo no celular para saber o que está acontecendo, quais são as fofocas. Alguns estudos mostram que pessoas que já acordam com muitas notícias pela manhã podem ter um dia ‘menos ensolarado’, digamos assim.”
Para a jornalista Agatha Macedo, o uso excessivo das redes já causou muitos problemas relacionados ao seu convívio social, a sua produção diária e profissional, além dos impactos negativos em sua saúde mental, como a depressão.
“Sempre que eu tinha que fazer algo, eu entrava no Twitter ou no Instagram com a desculpa de que seriam só cinco minutinhos, mas quando eu ia ver, já tinham passado horas e não dava mais tempo de fazer nada. Fora que afetava muito minha mente, porque eu olhava muito para os perfis de outras pessoas e ficava me comparando com elas [...] Isso também atacava minha ansiedade, porque eu percebia que tinha perdido muito tempo na internet ao invés de ter estudado.”
Hoje, na reta final do curso, Agatha conta que precisou deletar suas redes sociais temporariamente para conseguir ‘viver bem’ e fazer as atividades diárias sem perder muito tempo. No entanto, nem sempre excluir as redes sociais é a última saída. Às vezes é possível apenas se readaptar, como foi o caso da também universitária Laís Muniz, que diz ter um ‘relacionamento saudável’ com a internet.
“As redes sociais já fizeram muito mal pra mim pra minha cabeça, mas depois de um relacionamento muito tóxico com a internet, aos poucos eu tive que fazer a desintoxicação, e atualmente eu posso dizer que meu comportamento é o mesmo online e offline. Por conta do trabalho, eu passo muito mais tempo online do que eu pretendia, mas quando é o meu horário pessoal eu consigo controlar bastante.”
Laís conta que conseguiu se adaptar fazendo pequenas mudanças no seu dia a dia e sugeriu algumas dicas como: não usar o celular minutos antes de dormir, evitar usá-lo nas primeiras horas do dia, seguir pessoas que tenham rotinas parecidas com a sua e seguir perfis profissionais que falem sobre saúde mental e páginas de curiosidade.
“Esse é o tipo de conteúdo que eu sigo e que atualmente fez com que eu melhorasse muito essa minha relação com as redes sociais.”
Apesar dos relatos, a internet não é a ‘vilã do século 21’, pelo contrário. Para Wagner Costa, durante a pandemia da Covid-19 foi possível perceber os benefícios dessa tecnologia.
“Os aparelhos eletrônicos e as redes sociais já estavam disponíveis antes da pandemia, mas nesse momento eles nos ajudaram. Tivemos as lives, reuniões de trabalho, conferências entre as famílias, encontros das pessoas que mesmo isoladas fisicamente, estavam em contato social.”
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