top of page

Fenômenos La Ninã trará chuvas intensas a Roraima, afirma meteorologista

Foto do escritor: CacosCacos

Pesquisa divulga que o El Niño pode reduzir a precipitação em Roraima, enquanto a La Niña pode aumentar as chuvas

por três anos, Roraima viveu os impactos do La Niña, que provoca chuvas intensas. - Foto: Nilzete Franco.

Já é maio de 2023 e o vendedor Ayala Guedes, que precisa ir de uma ponta a outra de Boa Vista para oferecer os produtos aos clientes, sente na pele os efeitos climáticos da transição do período seco para o chuvoso no estado.

“Eu ando pela cidade em uma moto, por ser mais prática para meu trabalho. Mas, às vezes, é difícil ou pela alta temperatura, que chega a ser insuportável, ou pelas chuvas, que nos últimos anos foram intensas demais. Mas, é a natureza, né? Infelizmente a gente precisa lidar”, diz.

As chuvas intensas citadas por Guedes possuem um culpado, o fenômeno climático La Niña, que diminui a temperatura da superfície do mar no Oceano Pacífico Equatorial. Por outro lado, o El Niño, aumenta. Essas mudanças podem afetar as condições meteorológicas em todo o mundo.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), em Roraima, o El Niño geralmente traz um período de estiagem mais prolongado, com temperaturas mais elevadas e menor quantidade de chuva. Por outro lado, a La Niña pode causar o oposto, com um aumento na precipitação e temperaturas mais amenas.

Um estudo publicado no periódico "Atmospheric and Climate Sciences" em 2019 analisou os efeitos do El Niño e La Niña na região Amazônica, incluindo Roraima. Os resultados mostraram que o El Niño pode levar a uma redução significativa na precipitação em Roraima, enquanto a La Niña pode causar um aumento na precipitação.

Ramon Alves, meteorologista da Femarh, afirma que a presença do La Ninã por três anos é um fato histórico. - Foto: Nilzete Franco.

O meteorologista da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Ramon Alves, explica que nos últimos três anos Roraima viveu uma influência direta do La Niña, um fato considerado histórico, segundo ele.

“Desde o começo dos registros desses fenômenos no estado, em 1926, foi a primeira vez que ocorreu três anos seguidos de um mesmo fenômeno, no caso, o La Ninha. Em abril de 2021, por exemplo, tivemos um acumulado mensal de precipitação de 451 milímetros, o maior registro já acumulado de chuva para este mês”, destacou.

Esses fenômenos climáticos têm um impacto significativo na produção de grãos, como soja, milho e arroz, que são importantes culturas agrícolas de Roraima. Conforme a Secretaria de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (Seadi), no ano passado, por exemplo, o período de chuvas prolongado fez com que o processo de colheita do milho fosse prolongado, favorecendo a produção do grão em uma estimativa de 94.995,5 toneladas.

Ramon explica que o fenômeno La Niña encerrou em fevereiro, mas seus efeitos podem continuar afetando o clima em Roraima nos próximos meses. A expectativa é que o El Niño se instale. O estado vive atualmente o período chuvoso, que inicia em abril e segue até setembro. Já o período seco, inicia em outubro e encerra em março.

“Por enquanto, as condições são de neutralidade, nem La Niña e nem El Niño, mas a previsão para os próximos meses é de chuvas dentro da normal climatológica, que é de bastante chuva”, destacou.

Ramon Alves, meteorologista da Femarh, explica sobre os efeitos do La Niña e El Niño.


Repórteres: Vanessa Fernandes e Nilzete Franco



 
 
 

Comments


bottom of page