A facilidade em obter informações é comum no mundo atual, com o desenvolvimento da internet, das mídias e redes sociais, as pessoas passaram a ter uma interatividade mais rápida nos meios digitais, resultando assim, na propagação em massa de notícias.
E para compartilhar materiais não é preciso ter um diploma, esse é um dos fatores que deixa o jornalismo mais vulnerável. Qualquer cidadão pode captar informações, organizá-las e publicá-las, e é desta maneira que surgem as mídias independentes. Essas mídias são compostas em sua maioria, por pessoas sem diploma, mas com facilidade de compartilhar ideias e informações.
No período eleitoral, as mídias independentes são as principais fontes de informação. Por esse motivo, é importante o comprometimento na hora de apurar e publicar notícias. Tais atitudes são essenciais no combate de Fake News, principalmente no período eleitoral.
O atual coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) em Roraima, Elso Júnior, já foi colunista do MBL News, uma instituição independente de notícias. Para ele, Fake News sempre existiram, mas confessa que com o desenvolvimento das mídias, elas se tornaram mais perigosas, principalmente no cenário político eleitoral.
“Fake News não é um fenômeno novo, é um fenômeno antigo, que foi observado, por exemplo, pela União Soviética, que criou as Active Majors, que foi o conjunto de medidas que os agentes soviéticos tomaram em países para gerar desestabilização, e dentre essas medidas estão as Fake News, e atualmente as mídias estão mais desenvolvidas, facilitando a propagação”.
Para Elso, as mídias independentes são fundamentais no cenário político e jornalístico, pois elas se colocam com um posicionamento político pré-estabelecido, diferente de mídias tradicionais, que geralmente optam pela imparcialidade.
“Sou totalmente a favor da mídia independente, pois essas mídias, não dependem exclusivamente de dinheiro público, e no meu ponto de vista são muito mais honrosas nas informações, porque a mídia independente deixa claro seu posicionamento”, afirmou.
CONSEQUÊNCIAS
Durante as eleições municipais em 2020, o Whatsapp bloqueou mil contas por suspeita de disparo de mensagens falsas em massa. Para combater as informações falsas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desenvolveu um canal de denúncias, que realizou mais de 4 mil atendimentos.
Nesse contexto, os eleitores não são os únicos prejudicados com a disseminação de notícias falsas no período eleitoral. O pré-candidato a Deputado Federal, Linoberg Almeida (PSD) afirma já ter sua imagem vinculada à Fake News.
"Minha orientação sexual, minhas posições políticas, como se eu fosse contra pessoas e não contra atos e ideias, bem como ações ou falas acadêmicas desvirtuadas para causar polêmicas, são algumas situações que lembro. Reajo com indignação, sempre acionando a justiça", disse.
Segundo o pré-candidato, às Fake News influenciam o resultado das eleições, pois uma notícia falsa espalhada milhares de vezes, vira assunto em qualquer lugar.
"Uma verdade, numa sociedade tão suscetível à disseminação de informação de baixa qualidade, e sem reflexão crítica efetiva sobre o assunto pode ir pelo ralo em fração de segundos”, pontuou Linoberg.
COMBATE A DESINFORMAÇÃO E FAKE NEWS
Para combater a desinformação, torna-se necessária a responsabilidade das mídias tradicionais e independentes, como explica a editora-chefe do G1 Roraima, Valéria Oliveira.
“Todo veículo de comunicação, veículo de imprensa, que se comporte como tal, tem a mesma responsabilidade, que é sempre lidar com a verdade, publicar aquilo que é verdadeiro, respeitando os fatos, respeitando as pessoas envolvidas e a história”, afirmou.
Para Valéria, o maior impactado pelas Fake News no período eleitoral, é o eleitor. A jornalista explica que na plataforma de notícias onde atua, todas as informações e notícias que saem são profundamente apuradas e conferidas.
“No g1, a gente apura as notícias sempre com fontes oficiais, dados oficiais, informações disponíveis em portais da transparência e conseguidas pela lei de acesso à informação. A gente sempre tenta também diversificar o número de fontes e especialistas, para que a gente consiga dar sempre uma notícia de forma mais explicada, objetiva e assertiva também”, concluiu.
Repórteres: Gabriel Cavalcante, Ian Vitor Freitas e Rayane Lima
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