81% dos negócios destinam recursos específicos para os temas no Brasil

A diversidade e inclusão são temas cada vez mais relevantes nas empresas, uma vez que garantem benefícios para o ambiente de trabalho e para o desempenho da organização. A segunda edição da Pesquisa Benchmarking: Panorama das Estratégias de Diversidade no Brasil 2022 e tendências para 2023, aponta que 81% dos negócios destinam recursos específicos para os temas. Em Roraima, empresas também apostam na diversidade como forma de inclusão.
No estudo, desenvolvido pela Blend-Edu, participaram 117 empresas, que demonstraram uma postura inovadora em reforçar o comprometimento com valores associados à valorização da diversidade. O levantamento mostrou uma tendência ao avanço na gestão de diversidade das organizações.
Em alguns empreendimentos, a questão é levantada de forma natural. Esse é o caso da Óticas Caetano, localizada no Centro de Boa Vista, capital de Roraima. A empresa, que tem como proprietária a Yara Caetano, de 31 anos, aposta na diversidade da equipe. Para ela, que faz parte da comunidade LGBTQIA+, a inclusão é essencial.
Veja o que ela e alguns de seus colaboradores têm a dizer:
Yara, Emmily, Anna Beatriz e Mathaus têm visões semelhantes sobre a importância da diversidade. Identidade é a palavra. Chegar em um lugar e se sentir acolhido, para eles, é o que tem de mais valioso.
‘De olho na inclusão’
Mais um exemplo de acolhimento à diversidade é o Instituto Pirilampos, fundado em março de 2007 com o objetivo de levar atividades recreativas e lúdico-pedagógicas a abrigos, hospitais, casas de repouso, comunidades rurais e indígenas.

A instituição tem parceria com organizações nacionais, internacionais e agências do sistema das Nações Unidas (ONU), que juntos promovem a integração entre educação e proteção dentro da Operação Acolhida de Boa Vista através do espaço Súper Panas.
Conforme o fundador da organização, Márcio Ribeiro, 90% da equipe da empresa é formada por mulheres. Além disso, há ainda indígenas, negros e imigrantes que compõem o corpo da instituição. Ele contou sobre a ocasião em que abriu um seletivo exclusivo para pessoas cadeirantes. À época, os candidatos se emocionaram na entrevista, não por que almejavam a vaga, mas porque tiveram uma oportunidade. Ouça o relato completo:
O coordenador de Questões Indígenas do Instituto Pirilampos, Ícaro Lavoisier, disse que as empresas que acolhem a diversidade estão automaticamente investindo na mudança.
“Hoje, as empresas abraçam essa ideia de diversidade e inclusão por ser algo real e é algo que é cobrado pela sociedade. Mas eu vejo que, com a atuação que a gente tem hoje, com o trabalho que a gente executa na organização que eu me encontro, a gente vê que se dá uma importância para esse atendimento diferenciado, justamente para atender às necessidades reais”, disse.
Quem concorda com esse posicionamento é o doutor em Comunicação Social, Ettore Meneiros. Ele atua há 10 anos como gestor de marcas e marketing digital, educação corporativa de comunicação, diversidade e inclusão nas organizações. Segundo ele, os consumidores, colaboradores e acionistas estão de olho na inclusão. Isso porque “as organizações têm que devolver para a sociedade o que dela usufruem”.
“As organizações estão inseridas na sociedade, então elas contratam pessoas da sociedade, elas têm como consumidora a sociedade, elas muitas vezes utilizam a matéria-prima daquela sociedade [...] mas, além disso, também tem uma dívida histórica que toda sociedade brasileira tem com grupos minoritários e com o meio ambiente. Então, é importante que as empresas com pautas voltadas para ecologia, aspectos sociais e governança, tenham isso em mente”, salientou.

Ele pontuou ainda uma série de benefícios da diversidade dentro das empresas.
“Maior nível de retenção de talentos dentro da organização e do time, maior nível de satisfação, maior capacidade para inovação, já que times diversos pensam de formas diversas e mais criativas. Então, pensando em uma equipe diversa com diferentes idades, repertórios, modos de ver o mundo, tem pesquisas que apontam maior número de produtividade e de lucro em empresas que têm times mais diversos e inclusos”, explicou.
Por fim, Ettore listou ações que uma organização pode promover para garantir que o ambiente da empresa seja diverso e inclusivo. A começar pela área de recrutamento e seleções de colaboradores. Além de realizar pesquisas para saber se o funcionário sente que a pauta é levantada no ambiente de trabalho e qual o grau de satisfação dele.
“A gente fala sobre desenvolver campanhas internas e externas, mas existem várias formas para saber se a empresa está sendo diversa e inclusiva”, disse.
Veja algumas:

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