Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 30 milhões de animais vivem em situação de rua no país.
Foto: Divulgação

O abandono de animais, em especial cães e gatos, é um problema de ordem pública e sanitário presente nos grandes centros urbanos em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30 milhões de animais vivem em situação de rua no Brasil, esse número corresponde a pouco mais de 20% da totalidade de pets no país.
Conforme o artigo 32 da Lei 9.605/98 abandonar animais é crime e garante, segundo a Lei Federal nº 14.064/20, sancionada em setembro de 2020, pena de até cinco anos, além de multa e proibição da guarda para quem cometer o crime. No entanto, devido a baixa pena baixa, é mais comum que sejam impostas penas alternativas, como multa e prestação de serviços à comunidade.
Apesar da ilegalidade é cada vez mais comum vermos animais nas ruas. Segundo a médica veterinária Keyse Gomes, o animal abandonado está suscetível a situações de atropelamento, maus-tratos e zoofilia, além de causar prejuízos para saúde pública, uma vez que eles ficam propícios a qualquer tipo de doença zoonótica, e não zoonótica.
“Por eles não estarem vacinados, podem sim estar transmitindo doenças como raiva, não só ela, como também a leptospirose, que uma vez mordido pelo o roedor, pode estar passando para um humano, entre outras zoonoses. Mas vale lembrar que os impactos são maiores para os animais que na maioria das vezes sofrem com o descaso dos seres humanos e com doenças altamente infecciosas, muitas das vezes levando a morte”, alerta.
Em Boa Vista (RR), o tema foi debatido recentemente pelas autoridades locais por meio de audiências produtivas, realizadas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos vereadores, onde foram discutidos termos com controle reprodutivo, maus tratos e sobre as ONGs e proteção animal.
A veterinária ressalta que castrar os animais em situação de rua é uma solução imediata, e evitaria o descontrole populacional, em um espaço de tempo de uns 20 anos teria talvez menos da metade dos animais que existem nas ruas da cidade hoje.
“As autoridades governamentais podem ajudar a diminuir essa triste situação fazendo campanhas de castração e com apoios às ONGs”.
Trabalhos de ONGs
Em Roraima diversas Organizações Não Governamentais (ONGs) realizam trabalhos de proteção. Esse é o caso da ONG Arca BV que trabalha com o resgate de animais vítimas de maus-tratos. As atividades de proteção iniciaram em 2014, e como explica uma das voluntárias da Ong, Paola Silva, eles possuem abrigos para realizar atendimento e tratamento aos animais feridos e a castração, para que assim possam liberá-los para adoção.
“Quando resgatamos um animal, ele é levado para a clínica veterinária, passa pelos atendimentos necessários para verificar a possibilidade de doenças contagiosas, depois segue o tratamento no abrigo caso os exames estejam ok. E se não, a gente procura por algum lar temporário que não tenha outros animais e esteja disponível para cuidar”, comenta a Voluntária da ONG, Paola Silva.
No entanto, apesar do trabalho cuidadoso, as ONGs não possuem fins lucrativos e por isso, enfrentam algumas dificuldades como o custo para o tratamento dos animais, já que são todos pagos por meio de doações.
“Nós enfrentamos dificuldades em quitar os valores nas clínicas veterinárias veterinários, afinal muitos animais aparecem feridos, ou com algum problema no pelo como fungo, carrapato e entre outros. Mas também estamos precisando de voluntários, que ajudem a limpar e cuidar dos animais diariamente no abrigo",revela.
Quem quiser pode ajudar da seguinte forma:
Oferecendo sua casa como lar temporário de animais.
Ajudando a promover a castração de gatos e cachorros de rua.
Sendo voluntário em ONGs de animais.
Fazendo doações para abrigos e associações protetoras de animais
Divulgando em suas redes sociais casos de animais abandonados para ajudá-los a encontrar um novo lar.
Denunciando maus tratos e abandono de animais.
Se alguém tiver interesse em trabalhar ou contribuir de alguma forma com a causa animal, pode entrar em contato pelas redes sociais ARCABV no Instagram ou no WhatsApp pelos números (95) 98118-9955//(95) 99116-0965.
Repórter: Aysha Bellido
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