Juntos há sete anos, Pedro e Gabriel comemoram a legalização do casamento no Brasil, mas relatam preconceito
Foto: Arquivo pessoal

Apesar dos avanços na garantia de direitos da comunidade LGBTQIA + no Brasil, a promoção e institucionalização da equidade social à população ainda caminha a passos lentos. Um exemplo é o casamento homoafetivo, que apesar de assegurado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), não possui garantia por lei. Apenas em 2011, foi alterado o entendimento no Código Civil brasileiro que diz respeito ao entendimento de que a composição da família era formada apenas por um homem e uma mulher.
Já em 2013, a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que cartórios realizassem o registro de casamentos homoafetivos. A determinação abriu portas para que pessoas do mesmo sexo buscassem cartórios para a oficialização da união civil.
Um exemplo, é o casal Pedro Santana e Gabriel Quaresma, ambos de 27 anos, juntos há oito anos e casados no civil há cerca de um ano, precisaram lidar com um caminho coberto de preconceitos em relação à união.
Em entrevista ao Jornal Cacos, Pedro relata que o imaginário trazido pela mídia de que o casamento tanto civil quanto religioso é direcionado apenas para pessoas heterossexuais, afeta a visão de pessoas LGBTs sobre relacionamentos amorosos.
“Por mais que você viva um relacionamento, as influências falam que a pessoa LGBT não é criada para casar, quando eu digo criada, falo sobre as influências, músicas, filmes, clipes, em tudo. Somos ensinados a amar romanticamente apenas o sexo oposto. No início, tudo parecia complicado. O que me parece é que pessoas gays não podem amar ou ter um parceiro para a vida ” destacou.
Pedro conta ainda que o relacionamento de sete anos com o marido permitiu o aprofundamento conjunto nas pautas que envolvem a comunidade LGBTQIA +, como políticas públicas para o fim da discrimação e fim da influência religiosa nos processos políticos, entre outros, a partir de então o casal se tornou ativista do movimento e luta em prol do respeito à diversidade de gênero.
"Mesmo com todos os desafios, impasses e preconceitos, nosso amor foi maior. Tanto que celebramos nossa união com uma cerimônia linda e especial. Um momento único para comemorar o orgulho de ser quem somos e o que sentimos um pelo outro", completou Pedro

Durante o relacionamento do casal, Pedro ainda tomou a decisão de contar aos pais pela primeira vez que era gay. O que gerou uma apreensão por não saber qual seria a reação da família. Já para Gabriel, não houve essa barreira pois os pais já eram cientes de sua orientação sexual e apoiavam o filho.
"Diferente de muitas realidades, eu tive um grande apoio e respeito da família após relatar que era gay. Ainda fui muito incentivado pra realização do casamento. O que me deu mais força para acreditar ainda mais que todas as formas de amor são possíveis. Nosso amor nos enche de força e por isso lutamos para que qualquer pessoa seja livre para amar quem quiser", concluiu.
Pedro e Gabriel são um exemplo mais que perfeito para mostrar que toda forma de amar é permitida, independente da orientação sexual, cor e entre outros rótulos impostos por uma sociedade cercada de preconceito, o amor é sentido com o coração sem preconceitos, sem tabus e sem rótulos, que seja permitida toda forma de amar.
Matéria linda!! ❤️