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A CORAJOSA E DESTEMIDA, ELLEN FERREIRA

Foto do escritor: CacosCacos

A jornalista renomada Ellen Ferreira com mais de 10 anos de carreira conta um pouco de sua a vida, carreira, o futuro, Jornal Nacional e coloca o seu ponto de vista sobre a ética jornalística e a profissão.


A jornalista Ellen Ferreira - Foto: Arquivo Pessoal

Ediellen Ferreira, conhecida como Ellen Ferreira, é paraense, nascida na cidade de Belém, filha de mãe paraense e pai roraimense, mas ainda criança veio para Roraima. Desde sua infância, a jornalista já demonstrava interesse pela função ao brincar de repórter.


Em 2009, Ellen decidiu gazetar aula e compareceu na, atualmente extinta, TV Cidade para participar de teste, após ver o anúncio da empresa sobre a necessidade de comunicadores, formados ou não, e decidiu arriscar. A repórter conta que no teste, a jovem Ellen de 17 anos se saiu bem e ao lembrar fica impressionada com a sua desenvoltura na época. Após meses de espera, já sem esperanças, com uma ligação é noticiada a sua seleção para a vaga de apresentadora. Ela lembra da sua felicidade e completou dizendo ter sido uma porta de entrada para aprender. Na TV Cidade, começou em um programa de vendas, mas ao entrar na redação da emissora acabou se encantando e completou


“É isso que eu quero. Não quero vender. Eu quero o jornalismo”.

Já atuando na área, ingressou no curso de jornalismo em uma instituição privada, mas terminou a graduação na Universidade Federal de Roraima onde, para ela, abriu a sua visão da profissão. A partir da antiga emissora, trabalhou em inúmeros programas de várias emissoras de TV e rádio. O último programa apresentado por Ellen foi o "Dr. me consulta? do SBT. Antes mesmo do jornalismo, Ellen já atuava como cantora desde os 16 anos. Cantava em eventos e participa até hoje de bandas locais. Ellen por muito tempo conciliou a suas duas paixões, o jornalismo e a música.


JORNAL NACIONAL


Ellen afirma que o seu momento mais marcante dentro do jornalismo com certeza foi apresentar o Jornal Nacional em 2019. No início ninguém acreditou no projeto de comemoração dos 50 anos do JN, mas ao pedirem pilotos dos apresentadores da Rede Amazônica para a seleção o boato se tornou realidade. Apesar da grande bagagem profissional, Ellen não acreditava que seria selecionada. Hoje ela tem uma outra visão sobre o seu potencial ao afirmou


“A gente nunca deve desmerecer a gente, ou ter uma insegurança, ou achar que não consegue ou não vai dar certo”.

Meses depois, chegou a confirmação da escolha da paraense para sentar na bancada mais conhecida do Brasil. Como telespectadora e fã que somente sonhava em ser correspondente, apresentá-lo por uma hora e meia foi incrível e inesquecível, de acordo com a apresentadora.


Jornalista Ellen Ferreira na bancada do Jornal Nacional em 2019 - Foto: Internet

ÉTICA


A ética dentro de qualquer profissão é essencial e no jornalismo, nos últimos tempos, vem sendo bastante discutida pelos casos de Fake News. Logo ao ser questionada sobre a ética jornalística, a repórter responde ser de extrema importância. A ética é apreendida tanto na sala de aula quanto na prática, para Ellen a união das aprendizagens é indispensável para a formação profissional do jornalista. Ressalta a necessidade de respeitar a ética para evitar transtornos e “vacilos” que muitos colegas comentem. Para ela, o jornalista precisa ser responsável, ter prudência, respeito, cuidado, senso de humanidade e lógico em noticiar sem prejudicar as pessoas envolvidas, a emissora e a imagem do próprio profissional. Ellen exemplifica seu pensamento com a analogia da notícia como um presente, já que é preciso cuidado ao tratar os dois, ao dizer


“É como um presente. É preciso empacotar direitinho e deixar bem bonito para presentear a pessoa. Você tem que fazer isso com a notícia. Ter compromisso com o que vai estar disseminando, informado e levando para a pessoa”.

Ellen Ferreira nos bastidores do programa Dr. me consulta?- Foto: Instagram

Além disso, a jornalista enfatizou o grande papel da Universidade Federal de Roraima na sua aprendizagem e carreira


“Aprendi muito na UFRR essa questão. Essa seriedade e em ter uma ética profissional”.

ABUSO


A ética não somente entrou na carreira, mas em sua vida pessoal também. Em 2020, Ellen Ferreira denunciou o caso de abuso moral e sexual cometido por seu atual ex-chefe, Edison Castro. Ellen foi uma heroína ao denunciar o seu caso de abuso e dar voz a outras vítimas. A sua coragem e seu dever com a verdade não se deixaram calar contra um, de acordo com ela, um sistema corrupto. Mesmo a corda arrebentando contra o lado mais fraco, como aconteceu, pois Ellen foi afastada da emissora, a jornalista foi até o final e abriu um processo que corre na justiça. Como jornalista investigou o seu agressor e descobriu inúmeros casos em outros estados do Brasil e onde as vítimas até hoje, como ela, passam por tratamento psicológico. O ambiente doentio e o sofrimento que passavam a deixava mal, portanto,


“Esse meu ato de denunciar foi um pedido de socorro em meu nome e no das pessoas”, segundo Ellen.

Ela diz não achar justo o trabalhador se calar perante aos abusivos do chefe ficando a mercê de doenças para garantir o salário. Depois do seu relato de assédio, de acordo com ela, deu uma pausa do jornalismo de mais ou menos um ano para se recuperar e se blindar de julgamentos. Somente voltou a trabalhar em um programa voltado à saúde, o “Dr. me consulta?”, onde atuou até maio deste ano. A jornalista voltou a cantar e se tornou uma “influencer” ao trabalhar com as suas redes sociais. Na sua opinião, com o tratamento e mudança de nicho, ela leva uma vida mais leve hoje em dia.


Ellen Ferreira no programa "Dr. me Consulta?" - Foto: Instagram

CRÍTICAS AO JORNALISMO


Com a sua experiência de mais de 10 anos de carreira, Ellen tem críticas a sua profissão. A primeira crítica levantada é o jornalismo em Roraima ter se transformado em um palco político e prática essa que vem se agravando nos últimos anos. O jornalismo no estado, para Ellen, perdeu a sua identidade. As emissoras passaram a se filiar a partidos políticos para atacar seus adversários, ou seja, o jornalismo se tornou um campo de guerra. A também cantora, não somente critica a profissão, mas os jornalistas são alvos da sua análise. A crítica se dá, pois muitos de seus colegas com a vontade de noticiar em primeira mão passam por cima dos colegas e acabam por não noticiar os fatos corretamente. Ellen pontua a necessidade de cautela por parte dos jornalistas.


FUTURO


Em relação ao futuro e o da profissão, ela enxerga as redes sociais. Menciona a sua ex-professora da UFRR, Sandra Gomes, quando em uma aula ela menciona os caminhos do jornalismo e Ellen achou interessante na época. A jornalista e “influencer” aponta o empreendedorismo digital como a realidade e o jornalismo seguindo esse caminho. Também comenta a independência do comunicador das emissoras pelo advento da internet


“O jornalista não precisa estar entrelaçado a uma empresa de comunicação para crescer. Até mesmo na internet ele cresce mais do que ir no programa de uma emissora de TV”.

Atualmente, Ellen Ferreira pretende focar em unir o jornalismo com a internet e empreender nas suas redes.


Ellen Ferreir por foto compartilhada na sua rede social - Foto: Instagram

Repórter: Ana Karoliny Holanda

 
 
 

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